quarta-feira, 8 de julho de 2015

Without you I don't live - Capítulo 137




Micael narrando

Já estava impaciente dentro daquela sala esperando a Sophia terminar a consulta. Não sei se ela está bem, se está precisando de alguma coisa. Ô Agonia! Tento uma distração no celular, mas o pensamento era só no que se passava dentro do consultório. Passou mais dez minutos e a vejo saindo com um monte de papéis na mão. Vou ao seu encontro.
— E aí, meu amor? Como foi lá?
— Depois conto com detalhes. Júlia me deu tanto exame para  fazer. — Entregou os papéis para mim. Olho-os um por um.
— Mas está tudo bem?
— Acho que sim,mas ela também me passou tanto remédio. Estou chocada!   Ela sorri
— É normal?   Pergunto preocupado
—  Não sei, Micael. Nunca tive um filho antes pra saber. 
—  Nossa, também não precisa falar desse jeito.
—  Por favor   Virou para mim   Silêncio.
—  Mas Sophia, eu quero saber como foi lá.
—  Eu disse que conto os detalhes depois. Qual parte não entendeu?
—  Ótimo, faz do jeito que achar melhor   Tento dar um beijo nela, porém ela nega virando o rosto para o lado contrário. 
—  Tem horas que eu acho que tudo que está fazendo é uma brincadeira com  a minha cara.
—  Bem que poderia ser brincadeira.   Ela saí andando na minha frente.
—  Ei   corro um pouco para alcançá-la   Para de fazer isso, que merda! Juro que minha paciência contigo já está no limite.
—  Nossa, interessante! Que bom  Sorriu irônica.

Respiro.

— Ela falou pelo menos com quanto tempo está?
— Possivelmente com mais de dez semanas.
— JÁ?  — Aumento a voz, assustado. — COMO?
— Los Angeles,infelizmente. 


[...]

Sophia já estava internada há quatro dias, mas recebeu alta agora de manhã. Não tocamos no assunto sobre a gravidez, nem sobre nada. Não puxava assunto porque sabia que só receberia grosserias e como já estava sem paciência, preferi ficar quieto. Toda vez que olho para ela não consigo ver nem um mísero pingo de felicidade. Presumo que se pudesse ela já teria fugido para um lugar só dela, eu não a julgo por isso, até porque também queria ter um tempo só para ver se é mesmo real, mas assim, ela está diferente, com o olhar longe, parecendo segurar o choro todo minuto. E é isso que mais me machuca, vê-la triste, sem rumo, presente somente de corpo já de alma ... queria tanto poder cuidar dela, contudo sempre que tentei alguma aproximação ela já atirava mil pedras.  Estou louco para chegar no apartamento dela, aí lá espero que ela me escute. Ao menos isso.
 Levo a bolsa com as roupas dela para o carro e volto para guia-la até a saída. Chego no quarto e a vejo sentada, estática, olhando para o nada.
— Sophia? — Ela permanece na mesma posição. — Sophia? — Aproximo-me
— Ah — Desperta. — Oi.
— Vamos? Ou vai querer continuar aqui no Hospital? — Brinco.
— Credo! — Sophia gargalha.

[...]


  O percurso de volta foi o mesmo silêncio enlouquecedor que era no quarto do hospital. Observo-a de canto de olho. Ela estava com a cabeça apoiada no vidro e os olhos fechados. Pensei em perguntar se estava tudo bem, porém ela deve estar buscando silêncio.  Eu sinto que ela está sofrendo calada. Isso me corrói por dentro.
  Estaciono o carro na garagem, ajudo-a a descer, pego as bolsas e chamo o elevador. Escuto a respiração ofegante dela. Ao entrar em casa, ela sobe direto para o seu quarto. Penso mais uma vez em ir atrás. Sento no sofá.
   

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