Without you I don't live - Capítulo 127
— Ué, vamos colocar o papo
em dia.
— Olha lá o que a
senhorita vai falar para ela.
— Amorzinho, na idade da
sua irmã eu já tinha feito muitas coisas que eu tenho certeza que ela nem
sonhou em fazer.
— Como assim?
— Poupe-me os detalhes. —
Beijo-o e subo até o quarto de Bianca
[...]
Micael narrando.
O final da tarde foi agitado, Sophia sofreu
uma queda brusca de pressão e acabou por quase desmaiar. Imagine meu desespero
vendo-a naquele estado, mas ela em momento algum aceitou ir ao hospital.
— Meu amor — Beijo seus
cabelos — Vem?
— Não precisa me levar, eu
consigo dirigir sozinha.
— Eu vou leva-la e isso
não está em discussão.
Pego pelas mãos, ainda
fracas e trêmulas pelo susto que levara.
Vou segurando-a até o carro.
— Não precisa ficar
preocupado, Micael.
Sento no banco do motorista,
coloco o cinto e a encaro.
— Eu não vou falar sobre
isso.
[...]
Passamos a volta inteira calados, observava-a
de canto de olho e era perceptível o quanto ela segurava para não se render a
tudo que estava sentido. Vê-la naquele estado é o que mais me aflige; antes não
havia percebido o grau dos acontecimentos que a perseguiam, mas depois de
hoje...
— Pronto! — Estaciono o
carro, desço e abro a porta para ela. — Está bem? Não minta para mim. — Pergunto
já sabendo a resposta.
— Estou.
— Eu falei para não
mentir. — Aperto o alarme do carro e chamo o elevador.
— Quem disse que estou
mentindo? — disse esgotada.
— Como seu eu não a
conhecesse a décadas.
[...]
— Amor! — Enlaço os braços
em seu pescoço — Quer ver filme de que?
— Qualquer um que escolher
está ótimo.
— Então vou colocar em um
filme sobre futebol.
— Existe? Futebol não, por
favor.
— Então fala qual filme
quer. Pode ser terror?
— Eu não sei o que tanto
lhe atraí em filmes desse tipo — mordo-a
— Eu gosto de ver a falta
de inteligência das pessoas.
— Não quero terror. Coloca
alguma comédia nacional então.
— Boa ideia, viu
Gargalha.
Procuro por esse gênero e
apesar de aparecer várias, acabo escolhendo o primeiro. Sophia consegue
acompanhar o filme até a metade, depois acaba adormecendo. Desligo tudo,
ajeito-a ao meu lado, beijo-a calmamente e deito também. Queria velar seu sono
por horas intermináveis, simplesmente por ser a imagem mais linda do mundo,
entretanto o dia foi muito exaustivo.
[...]
— SOPHIA?! — acordo
assustado.
Olho para todos os cantos da cama e nada
dela. Olho pelo quarto inteiro; nada. Meu coração já acelerado estava. Levanto da
cama em um pulo, corro para o banheiro, mas ela também não estava. No corredor,
as luzes ainda estão apagadas; no andar de baixo um breu maior ainda. Meu Deus, suplico, Onde ela está?
Pego meu
primeiro casaco e desço as escadas o mais depressa que consigo. Chamo-a mais uma vez. Estremeço da cabeça aos
pés. Reviro os cômodos existentes naquela área. Cada vez que acendia uma luz e
não a via era mais desesperador. Faltava apenas a cozinha, minha última
esperança!
— Ai meu Deus, meu amor! — Corro até ela, já
desfalecida ao chão.
Uma das piores cenas que
já vi. Respiro fundo para retirar forças até mesmo de onde não tinha.