segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Without you I don't live - Capítulo 179


[Rio de Janeiro, 28 de julho de 2014, 14h41]
      Passei a tarde inteira de domingo olhando a pasta e todas as coisas que tinha lá dentro; coloquei, também, aquela primeira foto com o Micael em um porta-retrato na sala.
      Micael ainda não me mandou nenhuma mensagem nem nada, mas eu também não mandei. Dessa vez, é ele quem corre atrás. Sinceramente, por mais que eu queira falar com ele, por mais que machuque ficar sem notícias, não vou procura-lo. Não vou!
      — Para Sophia. Deixa ele quieto. — Brigo comigo.
      Gravei a novela na parte da manhã, então posso esperar a Lise aqui. Finalmente, ela vai voltar.
      Coloco num canal de filmes e assisto um sobre uma distopia, perfeito por sinal - embora, não largo o celular por nada. Vai que...
...
      O interfone toca e dou um pulo do sofá para atender. O coração já acelera só de ouvir o nome. Ainda não tinha contado sobre a gravidez a ela, com certeza iria gritar.
      — MEU AMOR! — Solto um grito estrondoso e pulo no colo dela.

      — Ai meu Deus. Minha princesa, como você ficou esse tempo? Você se alimentou bem? Se comportou direitinho? Não consegui falar direito contigo lá onde minha filha mora. O sinal é péssimo.
      — Que bom que você está aqui... — Abracei ela com toda a força que tinha. Minha relação com a Lise era totalmente diferente da que tinha com a minha mãe. Ela sempre me tratou como uma filha, mas sobretudo como melhor amiga. — Precisei tanto de um abraço, do seu colo.
      Solto-a e limpo o rosto um pouco úmido.
      — Sophia? — Encarou minha barriga. — SOPHIA! MEU DEUS DO CÉU.  É o que eu estou pensando?
      Fiz que sim com a cabeça, enquanto olho fixamente para o chão.
      — Eu não estou conseguindo assimilar direito. — Senta na poltrona. — É sério que a minha bonequinha está grávida?
      — Sério.
      — Como assim? De quanto tempo você está? E o Micael? Como descobriu?
      — Vamos por partes? — Deito com a cabeça no seu colo. Respiro Fundo. — Pouco tempo depois que saiu, eu comecei a passar mal e coisas do tipo, porém sempre eu tinha uma explicação, nunca que iria imaginar que era um bebê. Aí teve um dia que eu desmaiei e o Micael me levou para o hospital. Lá eu descobri.
      — E como foi para você? Sua cabeça?
      — Você me conhece mesmo. Meu mundo desabou sabe, não era a hora certa, não estava preparada para receber isso. Eu fiquei sem saber o que fazer. Falei tanta coisa, briguei com todo mundo, me transformei num monstro ... — Respiro para tentar falar entre meu choro.
      — Calma Sophia. Não precisa chorar não. Estou contigo agora. — Ela abre aquele sorriso purificador que só ele tem. Que tira toda a culpa, encobre todos os erros.
      — Eu pensei muita besteira, não queria ter essa criança, mas aí ele falou comigo, não o Micael, o bebê, falou comigo enquanto dormia. Ele estava com medo de mim. — Fiquei calada por certos minutos, era impossível falar algo naquela situação que estava. — Eu maltratei ele antes mesmo de nascer, eu dei medo nele. Medo, Lise!
      Ela abaixa e beija minha testa. Permanecemos caladas por mais um tempo ainda. Não queria mais falar sobre isso.
      — Eu não quero mais falar dessa parte, por favor.
      — É claro, meu amor. Não se machuque desse jeito. Não precisa remoer. Vamos pular então.
      — Para a parte boa. — Sorrimos. — Tudo melhorou quando eu fiz minha primeira ultrassonografia, sabe, ouvir aquele coraçãozinho, um ser tão pequeno, tão indefeso. Foi aquilo que me fez ligar a luz. Comecei a pensar que ele só está aqui porque eu tenho sim capacidade de ser uma boa mãe. Fez perceber que por mais que não estivesse nos planos, foi o melhor presente que poderia receber.
      Ela também limpava algumas lágrimas e mesmo assim não paravam de cair.
      — Você é o um dos meus maiores orgulhos. Foi também meu mais louco imprevisto.
      — Aí o Micael me pediu em casamento. — Mostro o anel.
      — Vocês vão me matar desse jeito. Meu coração não aguenta essas coisas não. Tomara do fundo do coração, que tudo na sua vida dê certo, que todos seus planos e sonhos se realizem. Espero também que ele te trate bem e que juntos possam educar esse meu novo netinho aí. — Alisou minha barriga. — Bom, você já sabe que pode contar comigo para tudo, sabe que eu te considero demais.
      — Eu te amo tanto. Estava morrendo de saudade. Mas me fala como está sua filha? E seu neto?
...

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