sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Without you I don't live - Capítulo 180




[Rio de Janeiro, 7 de agosto de 2014, 19:25]
POV Micael
      Se eu contar que estou a ponto de enlouquecer, vocês acreditam?
      Pensei que ela iria vir falar comigo, sei lá, iria mandar pelo menos um oi, mas nada, ela continua sem dar nenhum sinal. Além de ser angustiante, é também preocupante.
      Já deu para mim, já deu de ficar sem saber dessa criatura. Ô Mulher para me tirar o foco. Essa semana fiz alguns shows, tive muitos ensaios, muitos acontecimentos. Acredito que foi só por isso que ainda não pirei.
      Eu REALMENTE cansei. Agora ela vai me ouvir. Corri para o meu quarto, tirei um casaco de dentro do guarda-roupas, peguei minha carteira e a chave do carro.
      Demoro menos de vinte minutos para chegar na entrada do condomínio dela. Quero nem saber se está dormindo ou não. Ela vai me ouvir hoje. VAI!
      — Oi Micael, tudo bem? — Luís fala de dentro da cabine.
      — Tudo tranquilo. E contigo?
      — Tudo bem, também. Quer que interfone pra Sophia ou vai subir sem ela saber novamente? — Gargalho com a expressão que ele faz.
      — Precisa não. Valeu.
Estaciono o carro numa área que estava vaga. Ligo o alarme e corro para o elevador. Isso vai acabar hoje.
      Chego num raio no andar dela. Sigo mais rápido ainda até a porta e aperto a campainha.
      — OI? MI... — Agarro-a pela cintura antes de terminar.
      — CHEGA SOPHIA. VOCÊ CONSEGUIU. — Seguro seu pescoço e fixo os olhos nos dela. — Eu estou MALUCO!
      — Me solta. — Aperto mais ainda seu corpo no meu. — Não é assim. Se é para conversar, então vamos conversar direito.
      — Deixa só eu te dar um beijo antes. Um só. — Empurro-a até a parede.
      Sophia sorri.
      Trago sua cabeça em direção a minha, encaixando nossos lábios.
      — Para e senta ali. — Afasta-se e aponta para o sofá. Sentamos lá, frente a frente.
      — Você sabe muito bem que tudo o que eu faço é porque eu morro de ciúmes de você, morro de ciúmes, cara, não suporto a ideia de você estar em algum lugar longe de mim.
      — E além de ciumento é orgulhoso. Sabe quanto tempo faz que você não fala comigo? Sabe?
      — Ai Sophia, eu sempre fui assim. Vim aqui hoje porque já estou fora de mim, estou refém de você.
      — As coisas não são assim. Eu entendo e conheço seu jeito e sua mania de ser estourado, mas não é desse jeito. Você fala coisas que machucam, fala coisas assim sem nem fazer ideia do que está falando.
      — Eu sei disso também.
      — E aí eu tenho que suportar essas suas crises? Por favor, não dá. Eu até acho legal você ter ciúme, mas um ciúme sadio, aquele ciúme que significa que você se importa com a pessoa.
      — Amor, desculpa vai? Desculpa? — Mexo nos cabelos.
      — Ok Micael, Ok. E depois? Quando ter outra crise ridícula? Eu que vou ter que ouvir você duvidando do que sinto?
      — Sophia, quando a gente está nervoso é assim mesmo. Falamos o que não queremos. É humano.
      — Eu sei disso, e é justamente aí que precisamos mudar. Não dá para ficar discutindo por tudo. Poxa, é bem melhor beijar do que brigar. — Ela ri.
      — Concordo— Acaricio seu rosto.
      — E além do mais, nós dois somos orgulhosos, então é muito melhor acabar a briga em beijo do que ficar quase duas semanas sem falar um com o outro.
      — Eu odeio brigar contigo. Eu odeio.
      — Eu também, amor. Ainda mais agora que vamos ser pais. Temos que nos controlar, entende?
      — Sim, conversar antes de sair brigando e xingando tudo.
      — Exatamente. Um tentar entender o ponto de vista do outro. Um se colocar no lugar do outro. E se ainda não houver consenso aí partir para o plano B: dos beijos.
      — Vem aqui. — Puxo-a para sentar em meu colo. — Como está essa gracinha aqui? — Beijo sua barriga.

      — Dando trabalho já, mas não muda o foco não.
      — Desculpa. — Envergonhado, sorrio olhando para o chão.
      — Eu queria muito ter ido contigo lá. Queria de verdade, juro.
      — Eu sei, eu tenho certeza que você queria, porém não foi.
      — Não fui porque tinha um compromisso. Não importa se era o aniversário do Lucas ou se era algo do tipo consulta médica. É meu compromisso, nem tudo dá não.
      — Mas dava sim.
      — Sério que vai continuar? Se for, eu juro que vou te deixar aí sozinho.

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